O Projeto Mulheres Mil foi desenvolvido pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC/MEC), no período de quatro anos (2008-2011), contando com o apoio financeiro da Association of Canadian Community Colleges (ACCC), Agência Canadense de Cooperação Internacional (CIDA), Agência Brasileira  de Cooperação (ABC) e a Rede das Escolas Federais de Educação Tecnológica do Norte e Nordeste (REDENET). Em 21 de julho de 2011, a portaria nº 1.015 do Ministério da Educação instituiu o Programa Nacional Mulheres Mil como uma ação do governo federal, permanecendo sua execução no âmbito da SETEC.

         O Programa Mulheres Mil beneficiou  mulheres de baixa renda nas regiões Norte e Nordeste,  historicamente marcadas pelas desigualdade de acesso ao trabalho e a qualificação profissional. A partir do lançamento do Edital Mulheres Mil, o programa foi ampliado para  todos os IFs do Brasil.

        Com a institucionalização do Programa, o Instituto Federal de Roraima passou a desenvolver a ação nos Campi Amajari e Novo  Paraíso, além do Campus Boa Vista Centro, beneficiando as  mulheres residentes na área urbana e rural dos munípios em que se encontram localizadas essas unidades, atendendo, dessa forma, a demandas de trabalho pertinentes a cada realidade.

        O projeto inicial no âmbito do IFRR objetivou capacitar,  em quatro anos, 100 reeducandas da Cadeia Pública Feminina de Boa Vista/RR, no setor produtivo de alimentos, visando impulsionar a promoção profissional e a inclusão social dessas mulheres, e, ainda, aumentar o grau de escolaridade com a oferta da Educação de Jovens e Adultos -  EJA - através de parcerias nacionais, internacionais e locais, além de cursos de informática, línguas, artes cênicas, empreendedorismo, cooperativismo, como também, oficinas e palestras nas áreas de saúde, direitos humanos, direito da mulher, políticas públicas, autoestima, relações interpessoais no trabalho, cidadania, economia solidária, meio ambiente, manipulação de alimentos, dentre outros temas. Deve-se enfatizar, contudo, que o intuito maior na capacitação das mulheres é proporcionar geração de renda, com consequente melhoria nas condições de vida de cada uma.

        No período de 2008 a 2012, o IFRR capacitou 92 (noventa e duas) reeducandas pelo Campus Boa Vista Centro, no curso de Cozinha Regional; o Campus Novo Paraíso capacitou 71 (setenta e uma) camponesas, no Curso de Produtor de Frutas e Hortaliças processadas no uso do Calor, e 83 (Oitenta e três) mulheres agricultoras no curso de Agricultor Familiar; o  Campus Amajari capacitou 117 (cento e dezessete) mulheres indígenas no curso de Operador de Beneficiamanto de Frutas e Hortaliças com ênfase em Pimenta.

        Com a criação do PRONATEC/BSM MULHERES MIL, em 2013, a oferta foi ampliada e passou a atender vários municípios e comunidades indígenas, por meio dos campi e unidades remotas criadas para atender as demandas.