Instituto Federal de Roraima inicia produção de álcool em gel 70%

por Sofia Lampert publicado 16/04/2020 19h00, última modificação 23/04/2020 12h37
A produção envolveu professores dos diversos campi da instituição, mais especificamente oito professores de química e farmácia, mestres e doutores, além de um técnico de laboratório e dois professores colaboradores da Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Nesta terça-feira, 14, o Instituto Federal de Roraima iniciou a produção em pequena escala de álcool em gel 70% no laboratório de química do Campus Boa Vista Zona Oeste (CBVZO), localizado no Bairro Laura Moreira, na capital de Roraima. A produção envolveu professores dos diversos campi da instituição, mais especificamente oito professores de química e farmácia, mestres e doutores, além de um técnico de laboratório e dois professores colaboradores da Universidade Federal de Roraima (UFRR).

Para a realização do projeto, foram recebidos 65 litros de álcool 70%, doados pelos integrantes do Comitê de Crise para o Enfrentamento ao Coronavírus (CCEC) da instituição, para serem transformados em álcool 70% em gel. O carbômero, usado como espessante, e a trietanolamina, como balanceador de pH, foram doados pelo professor Leovergildo Farias, o  provocador para que a produção, inicialmente experimental, ocorresse.

 

Neste primeiro momento, o produto será destinado aos campi para uso interno. A instituição está empenhada na aquisição de mais insumos para continuar a produção do antisséptico em larga escala, com o objetivo de distribuir também aos setores públicos envolvidos no atendimento à população local, desempenhando assim o seu papel social diante da escassez do produto no mercado. Essa ação institucional vem sendo realizada dentro da legalidade, dependendo ainda de uma autorização da vigilância sanitária estadual. Para que a comunidade externa possa ter acesso ao produto, é necessário cumprir todas as exigências da Anvisa.

 Por meio de entrevista on-line, a professora Renara Morais, uma das envolvidas na ação, falou sobre os cuidados no desenvolvimento do produto: "A gente se valeu dos critérios e procedimentos extraordinários e temporários para o preparo do produto, em virtude da emergência da saúde pública, pelas Resoluções 347/2020 e 350/2020 e normas técnicas vigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além do Formulário Nacional da Farmacopeia Brasileira. O que se deseja é usar nosso conhecimento técnico-científico para dirimir a disseminação do coronavírus fazendo uso desta medida amenizadora”, comentou. A professora também destacou o cuidado envolvido em todo o processo para manter a qualidade após a preparação do produto, que vai desde o fracionamento em embalagens esterilizadas até o rótulo dessa embalagem com informações técnicas necessárias.

Renara aproveitou para fazer um alerta para que não se tente produzir álcool 70% em gel em casa. Ela esclareceu que "não se trata apenas de uma mistura de reagentes; há um conhecimento científico e um ambiente técnico e estéril para esse tipo de produção". Para exemplificar esse tipo de experiência ineficaz e perigosa, ela contou que há pessoas que misturam gel de cabelo com o álcool líquido acreditando que isso surtirá efeito. Segundo ela, não há eficácia para exterminar os micro-organismos, tornando a pessoa ainda mais exposta à contaminação. "As receitas caseiras não garantem a produção do álcool com a concentração adequada para a correta desinfecção das mãos, além de potencializar a proliferação e a contaminação de micro-organismos sobre a pele”, frisou.

 Além desse trabalho, a professora adiantou outras perspectivas do IFRR. "Além da produção do álcool em gel, a instituição tem a pretensão de atuar na produção de sabão para ser doado às comunidades mais carentes", contou. No entanto, segundo ela, isso depende de recursos e da autorização legal para a compra de reagentes sob controle da Polícia Federal. "Esse tipo de experiência já foi realizada com alunos de graduação, inclusive antes deste período de pandemia, e torcemos para que seja possível voltarmos a realizar esse trabalho neste momento para contribuir ainda mais para a não disseminação do Coronavírus", declarou.

 

Relação dos professores envolvidos no projeto:
Mestre Cintiara Maia (CBV)
Mestre Cristiane Oliveira (CBV)
Mestre Francisco Panero (UFRR)
Doutora  Ivana Marques (CNP)
Doutor João Panero (CBV)
Mestre Jonierison Pontis (CBVZO)
Mestre Jordana Riss (CNP)
Mestre Leovergildo Farias (CBV)
Doutora Mirla Cidade (UFRR)
Doutora Renara Morais (CNP)
Técnico:
Mestre Gabriel Gomes (CBVZO)
Legenda das siglas:

CBV (Campus Boa Vista); CBVZO  (Campus Boa Vista Zona Oeste); CNP (Campus Novo Paraíso); UFRR (Universidade Federal de Roraima)

  

Texto: Sofia Lampert
Fotos: Equipe envolvida na ação
Ascom / Reitoria do IFRR
16/4/2020

 

« Dezembro 2024 »
month-12
Do Se Te Qu Qu Se Sa
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31 1 2 3 4