SETEMBRO AMARELO - Adolescentes conversam na escola sobre depressão e suicídio
A palestra “Viver vale a pena – Diálogos sobre depressão e suicídio” foi ministrada na tarde desta terça-feira, dia 27, para os estudantes do Campus Boa Vista Zona Oeste do IFRR
“Eu preferia estar morto”; “Eu não posso fazer mais nada”; “Eu não aguento mais”; “Eu sou um perdedor e um peso para os outros”; “Os outros vão ser mais felizes sem mim”. Quantos de nós já ouvimos essas frases de algumas pessoas ou já as pronunciamos? Pois é, crianças e adolescentes também ouvem ou sentem coisas desse tipo. E é por isso que o CBVZO (Campus Boa Vista Zona Oeste) do IFRR (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima) fez questão de incluir no Planejamento Anual de Trabalho atividades de orientação para a prevenção à depressão e ao suicídio.
Com base nessa proposta, foi realizada, na tarde desta terça-feira, dia 27, a palestra “Viver vale a pena – Diálogos sobre depressão e suicídio” com a psicóloga da unidade de ensino do IFRR, Andressa Rebouças, que abordou, entre diversas questões, a importância de conversar sobre o assunto. “Esse é um problema que atinge diferentes pessoas e precisa ser tratado, conversado amplamente, não só com adultos, mas também com pessoas de todas as faixas etárias, inclusive com os adolescentes, para podermos realmente atuar de maneira a prevenir a depressão e o suicídio”, observou.
Utilizando um método de constante interação, a psicóloga conseguiu tirar dúvidas dos estudantes e ouvir depoimentos importantes a respeito de pessoas que eles conheceram e que cometeram suicídio ou de conhecidos com sinais que indicam depressão ou tendências que podem levar ao suicídio, e até mesmo depoimentos particulares relatando sentimentos semelhantes.
Além de expor as características apresentadas por pessoas com problemas de depressão ou ideação suicida (pensamento ou ideia suicida), Andressa destacou que essas situações têm solução e indicou como reconhecer, como oferecer e como e com quem buscar ajuda. “O suicídio não é a saída. Há várias alternativas para buscar resolver essa situação, tratar o problema pelo qual a pessoa está passando. Atendimento psicológico, terapia, exercícios físicos, medicamentos e até mudanças de hábitos alimentares podem ajudar. O corpo é muito ligado ao cérebro, e é preciso fazer um trabalho completo. Para isso, há ajuda. É preciso buscar e oferecer também”, destacou.
O estudante Rhian Araújo disse que conseguiu aprender coisas novas e que agora acha até que será capaz de oferecer ajuda ao reconhecer que alguém está com sintomas de depressão ou com características que mostrem tendências suicidas. “A palestra foi muito boa, porque muitas vezes tem gente que nem sabe que está passando por depressão e nem sabe como se ajudar, é muito fechada, aí vai poder saber reconhecer, se abrir com as pessoas e fazer alguma coisa. E nós também agora vamos saber identificar e oferecer ajuda a quem precisa”, comentou.
A estudante Laís Nicole também avaliou bem a iniciativa da realização da palestra, pois acredita que muito foi compreendido durante o evento. “Agora vou saber reconhecer alguns problemas, se eu presenciar, e saber o que fazer nesses casos”, disse.
A aluna Karla Caroline concorda com a colega e disse que valeu a pena assistir à palestra. “Achei um evento importante porque já vi uma pessoa passando por esses problemas e agora sei que vou poder ajudar melhor”, comentou.
PREVENÇÃO AO SUICÍDIO
Confira alguns sinais que podem ser apresentados
por pessoas que precisam de ajuda:
– Abandonar amigos e/ou atividades sociais;
– Perder o interesse por atividades que antes traziam prazer;
– Não conseguir assumir as responsabilidades diárias;
– Apresentar estado emocional alterado ou instável (agitação, irritabilidade, descontrole ou agressividade);
– Ter um plano de suicídio estruturado;
– Adotar comportamentos de risco, como consumo de álcool e outras drogas;
– Falar sobre morte ou sobre morrer.
Dicas para ajudar pessoas em risco de cometer suicídio:
– Criar proximidade com a pessoa sem se colocar em risco;
– Tentar estabelecer uma relação de confiança;
– Procurar escutar sem julgar a pessoa;
– Demonstrar interesse em ajudar;
– Permitir que a pessoa expresse os sentimentos;
– Tentar perceber se existe um plano de suicídio;
– Nunca deixar a pessoa sozinha e procurar envolver outras pessoas (familiares e amigos);
– Encorajar a pessoa a procurar ajuda profissional.
Sheneville Araújo
Fotos: Gildo Jr
CCS/Campus Boa Vista Zona Oeste
27/9/16