Campus Boa Vista implementará plano de acolhimento da comunidade acadêmica

por Virginia publicado 07/02/2022 21h30, última modificação 07/02/2022 21h39
A proposta foi apresentada, no último dia 3 de fevereiro, durante o evento de acolhida dos servidores, que marcou o retorno gradativo à presencialidade das atividades administrativas e acadêmicas na unidade do Instituto Federal de Roraima (IFRR).

Como parte integrante do Plano de Retorno Gradual à Presencialidade das Atividades Administrativas e Acadêmicas e Plano de Retorno às Atividades Acadêmicas Presenciais do Campus Boa Vista (CBV), será implementado o plano de acolhimento dos servidores e dos alunos. A proposta foi apresentada, no último dia 3 de fevereiro, durante o evento de acolhida dos servidores, que marcou o retorno gradativo à presencialidade das atividades administrativas e acadêmicas na unidade do Instituto Federal de Roraima (IFRR).

Agora a ideia é que, a partir desse momento de compartilhamento da proposta, o plano seja devidamente sistematizado para sua ampla divulgação à comunidade e operacionalização.

Contexto – A pandemia causou inúmeros impactos na vida das pessoas, comprometendo não somente a saúde física, mas, sobretudo, a psicológica, afetando significativamente o bem-estar emocional.

Esse cenário tem exigido o desenvolvimento de ações positivas, com vistas ao acolhimento das pessoas que fazem parte das instituições públicas, com ações específicas para cada público-alvo. E, pensando nisso, o CBV vai implementar o plano de acolhimento, que tem como proposta proporcionar um novo olhar para o processo de ressocialização, seja para servidores, seja para estudantes, seja para familiares.

Para a psicóloga e professora do CBV Alexandra Marçulo, ações como essas são fundamentais para que servidores e alunos se sintam mais fortalecidos e motivados. “O IFFR tem denotado sua compreensão acerca do papel central que o trabalho tem na vida de seus colaboradores. Sabemos que o bem-estar para muitos pode ser adquirido pelo equilíbrio entre as expectativas em relação à atividade profissional e como tais expectativas tem se concretizado em seu cotidiano, no seu fazer. Assim é que, em um ambiente de riscos psicossociais minimizados, se tais riscos se fizerem presentes no ambiente organizacional, estes devem ser trabalhados para a melhoria das condições de trabalho, evitando o adoecimento e o afastamento de nossos profissionais”, disse.

No caso dos alunos, a profissional esclarece que as atividades propostas visam, sobremaneira, desenvolver um trabalho contínuo sobre emoções e sentimentos, potencializados durante esse longo período de distanciamento da escola. “Além do desenvolvimento de estratégias de enfrentamento, estabilização emocional, alívio das situações que causam sofrimento, maior sentimento de pertencimento, maior percepção de suporte organizacional, além de criar um ambiente de convivência mais agradável, acolhedor e positivo para todos. Eles precisam agora, mais do que nunca, de uma escuta atenta, para que possam se sentir seguros para falar sobre suas questões de ordem pessoal, que possam estar afetando o seu desempenho acadêmico”, complementou.

Sendo assim, algumas atividades que foram desenvolvidas em anos anteriores e que deram certo serão retomadas com algumas adaptações e inovações, e outras foram planejadas com o intuito de promover um ambiente acolhedor, garantindo, assim, o bem-estar de servidores e alunos.

O plano – O Tour CBV, o Família na Escola e o CBV em Movimento são alguns dos projetos já realizados que serão retomados. Já a Escuta Efetiva e Empática e a e Roda de Conversa Coletiva são algumas das novidades que farão parte do cronograma de atividades do plano de acolhimento. Além dessas, outras ações serão implementadas.

De acordo com a diretora-geral do CBV, professora Joseane Cortez, todos os anos a instituição tem garantido ações de acolhimento, tanto aos servidores docentes e técnicos como aos estudantes e seus responsáveis. Mas neste ano a pandemia ocasionou demandas bem específicas, importantes e urgentes. “Frente ao momento pandêmico, sentimos a necessidade de tornar essas ações mais efetivas. Para tanto, formamos, no ano passado, uma comissão que tratou dessas ações, organizando um plano de trabalho que ainda se encontra em processo de construção.  Esse plano tem como objetivo a integração de todas as ações que já se fazem no CBV e que trazem uma característica de acolhimento, seja na no aspecto pedagógico, cultural ou social. Ele traz reflexões sobre datas importantes que demandam discussões e que são fundamentais para o processo de construção de uma identidade do CBV e de todos os que compõem a instituição, além de temas como a ansiedade, transtornos emocionais e psicológicos, violência, bullying, drogas, entre outros. Portanto, contempla ações comuns aos eixos do ensino, extensão, pesquisa e inovação que estarão organizadas num documento do qual todos poderão valer-se, para desenvolver ações concernentes a cada diretoria. Nesse sentido, é pretensão da equipe de elaboração do documento organizar essas atividades para que se garantam a efetividade das ações e o sentido de elas existirem”, comentou.

Saúde mental – As ações de acolhimento já tiveram início com a palestra master de abertura do Encontro Pedagógico 2022.1, realizada na manhã de desta segunda-feira, 7, de forma virtual, intitulada “Saúde mental e trabalho”, ministrada por Alexandra Marçulo. “Ainda existe muita desinformação ou mesmo discriminação ao se falar sobre saúde mental no trabalho. Por isso, estratégias organizacionais positivas e preventivas, como as propostas do IFRR/CBV, visam, acima de tudo, criar recursos ambientais de saúde física e mental, permitindo aos seus agentes internos uma tomada de consciência do que são suas questões subjetivas e o que está relacionado à organização do trabalho, e, assim, proporciona-lhes apoio e acompanhamento. Manter a saúde mental diante da elevada carga de estresse pessoal e profissional, devido ao enfrentamento às altas demandas de trabalho e à necessidade de readaptação constante, não é tarefa simples. Esse problema merece ser discutido amplamente, enfrentado e jamais negado”, finalizou.

Virginia Albuquerque
CCS/Campus Boa Vista.
7/2/22