Equipe do Campus Boa Vista é a única classificada de Roraima para a fase final da Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB 2018)

por Virginia publicado 02/07/2018 21h50, última modificação 03/07/2018 14h31
Agora a equipe se prepara para a fase final, que será realizada em Campinas, nos dias 18 e 19 de agosto

O Instituto Federal de Roraima (IFRR), por meio do Campus Boa Vista (CBV), tem alcançado lugar de destaque na Olimpíada Nacional de História do Brasil (ONHB) nos últimos anos. O feito se repetiu em 2018. A equipe do CBV foi a única do estado classificada para a fase final da competição, que será realizada em Campinas, nos dias 18 e 19 de agosto.

ONHB – A 10.ª edição da ONHB, a exemplo das edições anteriores, consiste em uma avaliação formativa, ou seja, numa prova que exige muito além dos conhecimentos prévios. Os alunos têm de realizar diversas pesquisas sobre diferentes épocas e temas da História do Brasil. A prova também privilegia temas ligados à cidadania, ao respeito à diversidade, aos direitos humanos, à justiça e à igualdade. Portanto, trabalha a História em sua totalidade, e de maneira contextualizada, levando os alunos a uma profunda reflexão sobre o passado e o presente do Brasil, fugindo dos moldes tradicionais do vestibular e do Enem.    

Neste ano, os estados líderes da competição são o Ceará, com 118 equipes classificadas, e o Rio Grande do Norte, com 46 equipes, seguidos de São Paulo, com 44 equipes. Apenas o Estado do Amapá não classificou nenhuma equipe para a última fase.

De acordo com a professora responsável pela ONHB no CBV, Rafaela Pereira, neste ano a olimpíada foi muito difícil, pois começou com mais de 50 mil candidatos, divididos em cerca de 14 mil equipes, que participaram de seis fases on-line. “Na primeira fase, os competidores responderam a questões objetivas de múltipla escolha. Já na fase final, irão responder a uma prova escrita cujo tema só será descoberto na hora da avaliação”, explicou.

IFRR – O IFRR já foi medalhista de bronze e prata, e também  destaque em várias edições. Em 2017, três equipes foram classificadas para a fase final. “Neste ano, a ONHB foi muito bacana e, apesar de não termos conseguido classificar mais equipes, já que tivemos inicialmente 22 inscritas, todos os alunos que participaram evoluíram muito em seus conhecimentos sobre História.  A olimpíada incentiva muito a pesquisa, e isso é muito importante para os alunos, pois os ajuda a amadurecer como estudantes, e também para todos nós, como profissionais. Chegamos até aqui e agora vamos nos preparar para a etapa final!”, relatou Rafaela.

Da esquerda para a direita: Shanti, Adriano e Eduardo.

Finalistas – Adriano Lima dos Santos, Eduardo Bordonal Tressoldi e Shanti Sai Moreno Brooks são alunos do 2.º ano do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio e fazem parte da equipe Agere non loqui, a grande finalista. O nome da equipe, de acordo com Shanti, é oriundo de um provérbio em latim e quer dizer “agir, não pensar”. “A proposta do nome é justamente agir e não ficar apenas no campo das ideias, mas tomar atitudes efetivas quando necessário. Esse nome nos motivou inclusive a elaborar o discurso sobre a Reforma da Previdência, tema da última atividade da fase on-line da olimpíada, o qual apresentamos em forma de  notícia”, explicou o aluno.

Já Adriano é um veterano medalhista em outras olimpíadas nacionais, como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), na qual, em 2015, conquistou madalha de bronze, e a Olimpíada Brasileira de Química (OBQ), na qual, em 2017, conquistou medalha de prata. “Foi bem difícil chegar até essa fase, pois gastamos horas de pesquisa para responder às questões, para elaborar a última atividade, e ainda tivemos de administrar nosso tempo para nos dedicar às disciplinas do curso aqui no IFRR. A emoção por termos chegado até aqui é como uma faca de dois gumes: sentimos alegria por estarmos indo para a final, por termos conseguido passar pelas outras fases com muito esforço, e, ao mesmo tempo, frustração porque alguns companheiros não conseguiram. Há também o peso da responsabilidade em nossos ombros como única equipe de Roraima classificada. Além do conhecimento adquirido,a participação nas olimpíadas despertou em nós a competitividade, a vontade de superar nossos limites para a obtenção de novos conhecimentos mediante a discussão de temas relevantes como sistemas econômicos, sociais, políticos e de  temas polêmicos como as fake news”, relatou Adriano.

Assim como o Adriano, o Eduardo também já participou da OBMEP, mas, para ele, esse é o primeiro resultado positivo em uma olimpíada. Ele diz que a participação em eventos como esse propicia a discussão de temas importantes não só para a formação acadêmica, mas também para a formação cidadã. “Discutir temas sociais de interesse não só dos jovens, mas também do público em geral nos ajuda a desenvolver nosso olhar crítico, percebendo que sempre existem dois lados de uma história e que, por vezes, há a manipulação de fatos pela classe dominadora. E, com esse tipo de discussão, podemos avaliar os diversos pontos de vista, além de desenvolver a comunicação e a capacidade de reflexão”, avaliou o estudante.

Assim que ficaram sabendo do resultado, os finalistas já começaram a se preparar  para a fase final. Eles dão um conselho para outros estudantes que queiram participar de olimpíadas: “Não tenham medo de participar, aceitem o desafio e deem o seu melhor, que vocês também podem conseguir, assim como nós conseguimos”, disseram.

 

Virginia Albuquerque
CCS/Campus Boa Vista
2/7/2018